Reserve, o café de R$40 da Starbucks

Reserve é a marca da Starbucks que chega ao mercado para propor cafés de alta qualidade.

Uma xícara de café a cerca de R$40 (USD 12). Essa é a proposta da Reserve, a nova marca de cafés especiais da Starbucks. O projeto – por enquanto ainda sem data para chegar no Brasil – vai começar nos Estados Unidos e na China.

Você deve achar que o preço parece tão abusivo que não haverá compradores para um café tão caro. Aqui no Brasil, nem mesmo as cafeterias especializadas mais premiadas, como a Coffee Lab, em São Paulo, chegam a cobrar esse valor. Mas não esqueça que a Starbucks (goste você ou não), foi um dos responsáveis por operar o milagre de vender um produto commodity como bebida de valor agregado em escala mundial.

Com a abertura de mais cafeterias voltadas para os cafés especiais no mundo nos últimos anos, o público de grandes cidades já se encontra relativamente bem-disposto para pagar um valor mais alto por um café dito gourmet. O problema é que a Starbucks já cobrava valor de café especial por produtos que ainda não ofereciam essa qualidade.

Reserve vai oferecer café de alta qualidade

Reserve: feita para os millenials

Ao criar uma nova marca, completamente separada da original, a Starbucks tenta fazer uma espécie de “faxina”. A grande sacada da rede foi transformar o hábito de tomar café em experiência. Mas a qualidade geral do produto estacionou no nível “fast-food”.

A Reserve gira em torno da figura do barista. Ela integra o conceito geral de experiência em torno do café proposto pela irmã Starbucks, mas vai além ao propor cafés de alta qualidade. A ideia geral é oferecer mais do que wi-fi gratuito e recuperar os clientes que migraram para cafeterias que propõem cafés de origem única, sem blendagem e sem robusta.

O público principal da nova marca são os millenials: uma geração que cresceu tomando café e que se interessa pelas origens da bebida, pela sustentabilidade e pelo sabor do produto. Tomar café, para esse público, é um passatempo, uma diversão, uma “peça de coleção”.

Nos Estados Unidos, a Reserve tem um grande desafio, que é se tornar uma marca atrativa novamente para os jovens que consideram a qualidade dos produtos da Starbucks baixa. A tarefa, quase titânica, caberá a Howard Schultz, ex CEO da Starbucks que renunciou ao cargo no mês passado para ir para a Reserve.

A Starbucks ficou na segunda onda do café. A Reserve chega para fazer parte da terceira onda. Ambas as marcas já descobriram que o público está ficando mais exigente e quer muito mais do que o velho café liofilizado ou o zumbido da cafeína. A pergunta principal é: será que a Reserve não está chegando tarde demais?

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Wilame Vallantin

Wilame sempre tomou café, mas a bebida se tornou sua profissão em 2014, quando foi contratado para trabalhar na sede da Nespresso, na Suíça. Formado em Comunicação com especialização em Data Science, escreve sobre café desde 2015. Adora visitar cafeterias e tem paixão por microlotes.

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